segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ciclomotores (cinquentinhas) e a fiscalização


Por: Lomanto Lacerda

Presidente do SINDIMOTOS (Sindicato dos Motociclistas e Mototaxistas do Sul da Bahia).
Editor do Jornal Moto Legal


Sou fã dos ciclomotores (cinquentinhas), acho que o brasileiro que dava longas pedaladas e que muitas vezes chegavam a ser quilômetros diários tem finalmente a oportunidade de ter um veículo motorizado que lhe oferece um conforto maior e com mais agilidade e em alguns casos com uma melhora significativa na renda pessoal e do seu pequeno negócio.
Vejo como uma forma de criar novos motociclistas inserindo novos condutores no mercado das duas rodas.
Quanto aos fatores negativos são muitos, mas devemos salientar que a culpa não é do ciclomotor (cinquentinha) nem do condutor.
Vou direto aos culpados sem fazer muitas voltas, as prefeituras que possuem o trânsito municipalizado e no caso das não municipalizadas o comando local da PM que não fazem a fiscalização desses veículos e quando fazem e encontrando irregularidades não apreendem na grande maioria das vezes com raras exceções.
Em Itabuna e em Ilhéus que possuem o trânsito municipalizado a postura de não fiscalizar segundo os seus dirigentes é técnica devido ao número muito pequeno de agentes que atendem a cidade.
Em Itabuna, por exemplo, possuímos 36 agentes para uma frota de 58.406 veículos. O que daria 1623 veículos para cada um fiscalizar. Colocando ônibus, carro de passeio, caminhões, vans e motocicletas todos tendo três metros em média poderiamos fazer uma fila que iria do Bairro Califórnia em Itabuna ao São Caetano na mesma cidade para cada um agente de trânsito de Itabuna fiscalizar diariamente. A situação de Ilhéus é ainda pior, pois possuí menos agentes que o município de Itabuna.
Falta na realidade uma lei Federal que venha a obrigar os municípios a investir um determinado percentual no trânsito, pois em muitas localidades a municipalização só foi feita para os gestores barganhar politicamente com favores políticos ilegais referentes ao trânsito.
Realmente faltam agentes de trânsito, mas o que temos visto nas duas cidades é que não demora muito tempo para acontecer um acidente de grande gravidade que venha a ter grande repercussão para que a postura dos dirigentes frente à fiscalização dos ciclomotores (cinquentinha) mude. Não raro observarmos pelas ruas e até mesmo nas rodovias da região jovens com aparência ainda infantil pilotando as cinquentinhas, senhores e senhoras que não tem noção da importância de uma sinalização semafórica desobedecendo-as com frequência, condução sem o equipamento de segurança e tantas outras mais.
A legislação é clara para conduzir os ciclomotores precisa ser maior de 18 anos e possuir ACC (Autorização para conduzir Ciclomotor) ou CNH categoria A. A necessidade de cumprir legislação não é uma mera vaidade e sim uma necessidade de segurança de todos no trânsito.

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