sábado, 10 de dezembro de 2011

OPINIÃO


Lucas Pimentel: 
Presidente da ABRAM 

O Motociclista e o jogo de interesses - Parte2

Transportes em foco...

Imaginem que a tão sonhada e aguardada regulamentação do setor de duas rodas, mal nasceu e já está ameaçada, por incrível que pareça é isso mesmo. Ocorre que a Lei Federal 12.009 que regulamentou a atividade remunerada (entrega e retirada) com motocicletas, ou transportes de bens e pessoas com motocicletas, criando assim a legalidade jurídica para que os municípios regulamentem tanto a atividade de motofrete (motoboy) quanto à atividade de mototaxista, despertou no grupo do transporte coletivo um verdadeiro e pavoroso receio de verem seus lucros astronômicos minguarem.
Pois se sem regulamentação os mais de 500 mil mototaxistas que atuam Brasil afora, com o registro de baixo índice de ocorrência de trânsito, de um modo geral agradam a população que faz uso dos seus serviços, imagina agora com regularização, padronização, equipamento de proteção, ficará ainda melhor.
E aí os maltratados pelo transporte coletivo em alguns momentos deverão fazer uso do mototaxi, e isso já os preocupa, talvez porque deduzem que tais usuários esporádicos do serviço de mototaxi, na verdade, são motociclistas em potencial, e as fabricantes de motocicleta já estão explorando esse universo, tanto que em um comercial recente uma marca mostra um rapaz se despedindo de seus colegas de coletivo.
A cena em questão reproduz imagens que demonstram que aquele rapaz era conhecido por aqueles que durante tempo se valeram deste tão entusiasticamente defendido meio de transporte.
Ocorre que outro grupo extremamente preocupado com a regulamentação dos mototaxistas é justamente os que lucram vultosas quantias com os táxis, nos quais muitas vezes o taxista é apenas um trabalhador de um setor de empresários anônimos.
O fato é que esse e outros grupos motivaram uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIM) que esta tramitando nas altas esferas do poder.
Assim os motociclistas que atuam nesta atividade e querem se regulamentar podem ter uma grande surpresa, ou seja, ver o projeto lei da regulamentação da atividade deixar de existir.
É por essas e outras que estou sempre desafiando, todos nós motociclistas: usuários, profissionais, militares, esportistas e estradeiros pois precisamos nos unir.
Hoje as vitimas são os mototaxistas, e amanhã quem será?
Pensemos seriamente nisso.

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